terça-feira, 10 de setembro de 2013

...abrindo as "oiças" (VII)

Em regresso momentâneo ao SerTão de Sentidos, deixo aos amigos meu boa noite ao som da Deusa dos "Fados" alheios!

DesNorteando

"Ah, e dizer que isto vai acabar, que por si mesmo não pode durar. Não, ela não está se referindo ao fogo, refere-se ao que sente. O que sente nunca dura, o que sente sempre acaba, e pode nunca mais voltar. Encarniça-se então sobre o momento, come-lhe o fogo, e o fogo doce arde, arde, flameja. Então, ela que sabe que tudo vai acabar, pega a mão livre do homem, e ao prendê-la nas suas, ela doce arde, arde, flameja".

(Clarice Lisperctor)

terça-feira, 3 de abril de 2012

À dias nem tão santos assim!!!

Tecer qualquer sentimento sobre religião/espiritualidade/mística me soa caótico, idiossincrático, intimo de mim, coisa que se me pertence de forma, dantes tão pura, hoje clara, crua. Bati a poeira dos pés ao sair do Templo, com a maturescência de para lá não mais retornar. Não por orgulho, ego, ou longe disso, desnecessidade, pois quê, foi lá onde ganhei tantas mãos amigas que contribuíram para me construir enquanto gente, que aprendi a me ver através dos olhos de Jesus Cristo, foi no Catolicismo, apedrejado por todas sorte de urubus ignorantes, que entrei no meio do povo e lá experimentei Evangelho. Mas foi no mesmo lugar, onde presenciei toda sordidez de coisas se imiscuírem em um tudo mascarado de artifícios fúteis, que só não era Palavra de Deus.
Neste "Tempo Santo"( E não deverá ser todo ele?) ecoa uma recusa a ritualística das beatices imundas, das abstinências rotas, inocentes de qualquer senso de sanidade. Vou comer o que eu quiser e em porções cavalares, se julgar que prudente me afigura sê-lo...Eis que vou comungar sim, mas das abstinência dos que não se curvam ao comodismo modista que assola religiões e sociedades, vou deixar constar, em alto e bom tom, que não acredito em místicas alienadas ou em crenças que vendam os olhos do povo. O Evangelho que leio grita pela vida, pela fraternidade, pela luta cotidiana, pela dignidade dos povos e pela partilha igualitária da terra, do pão. O meu céu se faz presente no arregaçar das mangas, no pobre que vive às margens da existência e clama por justiça!!! 


Grande, grande e santo é só Deus
Grande, grande e santo é nosso Deus!

Pai grande, Deus - indio, divino Tupã
Dos filhos da mãe - terra
Dos povos da América!

Deus - filho, Deus - negro, Escravo - Redentor!
Deus - santo, Deus - bendito dos netos da mãe África!

Deus - índio, Deus - criança, Deus - mãe do belo amor
Da vida sois semente de toda a criação!

As honras de aleluia ao santo Deus fiel
Bendito mensageiro, divino Emanuel!
(Do poeta Católico Zé Vicente)

"Vomitando entre os cristais"

Toma-me de assalto esses dias aqueles surtos compulsórios de ouvir uma canção só, replay sem exaustão do genial Sérgio Sampaio, na canção Roda Morta, sentida depois na voz imponente do Baleiro não desmerece em coisa alguma a beleza crua e genuína da poesia.  
A legalidade e sempre pertinência da letra me remete as eleições que se aventam dias a frente, aos recentes arroubos de decência no trato com o dinheiro público, gasto de forma tão contrita nas nossas "casas de adminstração popular" (se o termo se insinua bordelesco, se acanhe não, que a coisa vai por aí mesmo!!!Aliás meus caros, cabarés tem mais dignidade e transparência em suas ações, são espaços assumidos de seus intentos!!!)
Ora pois, não sejamos radicalistas também, pelos menos nossos deputados estão economizando nosso dinheiro, quando adquirem produtos pirateados, não deixa de ser economia de recursos públicos, não é mesmo?!Lamurias e renitências a parte, vamos a canção...




Ps: Sérgio Sampaio somou o número imponente aos gênios calados pela ignorância do povo e pela sordidez de uns poucos!!!

sábado, 24 de março de 2012

...abrindo as "oiças" (VI)



PS: Samba com sabor de jazz...pura brasilidade!

Voltando as reticências...



Se as coisas são inatingíveis... ora!
não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
a mágica presença das estrelas!


(Das Utopias - Quintana)

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Euforias...

Ah O Carnaval!!!Me agarro aqui a pensar como podem os brios destes coloridos frevos, marchinhas e batucadas despertarem em mim urgência tão infante. Vontade latente de abarcar o mundo, de fazer desatinos e de tudo provar em um só gole, sem medidas certas, sem pudores, se medos...É na festa do Povo, entrudo das massas donde jazem as mais diversas rimas, falas e papéis, que Meu coração carnavalesco vibra das vontades estampadas no sorriso do Rei Momo, no samba da passista. Coração criança que se encanta ao ribombar dos louvores populares, e que explode em gostos e olhares diferentes...permissivos...







Aos amigos todos, um Carnaval de coisas palatáveis e de pertinência sonora...se algo aí em cima agradar vossos ouvidos, fica a dica...e vamos cair na avenida!!!

sábado, 24 de dezembro de 2011

Um Natal tranquilo

É tempo das guirlandas, dos presépios, das luzes coloridas que enfeitam as cidades com suas alegrias alegóricas. Já se achega o Natal. Enquanto Papai Noel acena gracejos do alto de um trenó, cá na terra o consumismo tona-se o tempero principal da tal magia natalina, toda sorte de quinquilharias, brinquedos e presentes ganham lugar em nossas estantes, tão imóveis e inúteis que dali jamais se retirará e nunca deles se fará uso.
Mas esta incrédula de certas tradições, acolhe com satisfação o silêncio, recolhe-se ao espaço aconchegante de sua alcova, donde envolta em seus lençóis, embevece os sentidos com canções que em nada lhe recordam os jingle bell’s natalícios. Na toada de Fados, Blues e Rock ‘n Roll, embalam-se os desejos de um natal que faz sentir a cada abrir de olhos. Talvez ainda, corra as vistas num trecho curto de alguma leitura prazerosa, até que daí a pouco lhe convide o sono. Tece então, uma silenciosa prece pelos seus e adormece tendo em seu coração a certeza de que seu Natal, irrestrito a simbolismos periódicos, far-se-á nas manhãs da vida afora.


Ps: Aos amigos (as) que por aqui passam, minhas orações e o desejo de que o Menino Deus nasça todos os dias em nossos corações, que se renovem nossas forças pela busca de um mundo mais justo, fraterno e digno, donde alma e carne se unem na busca pelo céu que se faz urgente no partir do pão.

domingo, 18 de dezembro de 2011

"O trabalho dignifica o homem!!!"

E nas falácias de um capitalismo roto, dissolvo meu domingo, onde aos santos cabe o descanso, e ao trabalhador, a labuta indigna pelo mísero pão.



sexta-feira, 25 de novembro de 2011

...abrindo as "oiças" (v)

"E nós, duas crianças nuas, virgens de nossos ontens
Nos tornamos eu e você, lavados de nossos infernos"




PS: poésie parfaite...

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Insone

"Todo dia de manhã é nostalgia das besteiras que fizemos ontem"




PS: 02:30hs da madrugada...sono que não chega, amanhã tem vida outra vez!!!

domingo, 30 de outubro de 2011

Aos finalmente...

Nove.
Nona fase, nove espaços, nove cortes curtos do que me sobrou.
O tempo passou sem que eu o contabilizasse corretamente, concretamente.
Foi ele que correu depressa demais para que minhas pernas o acompanhassem?
Me lembro quanto lhe disse: "Vou ficar por aqui o resto da minha vida!!!"
O aqui fugiu-se me aos pés e da vida só mesmo os restos.
Peço mais tempo amigo tempo, por que falta muito que não consegui, porque não percebi suas brincadeiras me chamando ao mundo, porque me confiei no amanhã incerto.
E agora, nesta tarde de apenas nove minutos, sob os reflexos do sol, que brinca faceiro entre nuvens, e que por vezes beija-me o rosto pálido, eu sinto a agonia do que não vai dar tempo.
Tento quantificar a soma dos crescimentos e eles me soam tão pequenos às grandezas dos meus sonhos. 
Não vai dar tempo!!!Não vai dar tempo!!!






Ps: Quase cinco anos juntos!!!E faltam tantos rostos nessas fotografias..

terça-feira, 25 de outubro de 2011

domingo, 9 de outubro de 2011

pur'arte


Ele passou num dia corriqueiro, desses que o nada se assenta amigo bem-vindo
Sujeito magro, folgadas, fogosas, roupas coloridas
Cara pintada, jeito faceiro, você me fez rir
E eu que há tanto não experimentava o riso
Achei estranha aquela forma de face incontrolavelmente tomada de alegria alheia do ser
E eu que há tanto não experimentava o riso
Cai no seu jogo de olhares e luzes brilhantes como quem prova o melhor dos sabores
Eu provei do seu gosto, eu vi tudo o quanto diziam e me apeguei ao seu corpo ligeiro
Quero de novo meu rosto a se encher das dobras do tempo, das flores e dos tons