domingo, 28 de agosto de 2011

Falando de gente...

E como se tratam de gentes, por hora somos poetas, proclamadores do social.
Historiadores, quando nomeiam ofícios.
Mas como se tratam de gentes...
Dentro do balaio de coisas, nada é de um geito só.


"A multidão é espontânea; vista de fora e de cima ela realiza atos unidirecionais...
ao ouvi-la de longe, um espectador irá ignorar que possivelmente existem ali vozes minoritárias que silenciam ou aplaudem enquanto a maioria vaia...
só percebemos os indivíduos que caíram e foram pisoteados quando a multidão se afasta e deixa um clarão atrás de si"    


(José D'Assunção Barros)

Très précise...


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

...abrindo as "oiças" (II)

Tudo tornou-se sóbrio e cantavam como quem germina latinidades.
Um choro, um poema, um canto entoado, brandindo agruras deste circo multicolorido.


domingo, 21 de agosto de 2011

Quebrantos

Sou história, sou discurso
Falo de securas e sutilezas 
Quando nem sempre é tão gentil o bater das asas
Por hora, revolvem-se turbulentas as ondas
No mar que dantes via não mais que silêncio
Aporto, sinto os cheiros e tateio o novo
Fecho os olhos
Algozes, que tudo venha em um só centeio

domingo, 14 de agosto de 2011

Conta outra!!!

Você, com certeza, já ouviu aquela velha frase que diz ser a grama do vizinho sempre mais verde, o chuveiro elétrico do vizinho o que esquenta melhor e a namorada gostosona do cara, uma versão "adolescente sem pudores" da Michelle Pfierffer. E quando você se deita, todos os dias,  naquela cama dura, olha para o lado e vislumbra sua esposa gorda e desdentada, que mais parece "Cleide" a mulher do capeta, clama desesperado em sua oração de desencargo de consciência: Por que não comigo Deus?”.
 Esqueça tudo isso meu amigo!!! Das milhares de maravilhas encontradas nos interiores das paredes dos espaços "agregados", tão somente me interessaria um certo aparelho de som que ultrapasse os 2.200 watts de potência sonora e de alcance acústico avassalador.
Tivesse eu o tal bichinho aí mencionado, não cobiçaria sequer aquele Honda Civic de designer ultramoderno, que o abençoado coloca na garagem, encabeçando a sessão "carrões do ano” (e os matem sabe-se Deus como, haja vista o desavisado vizinho não fazer patavinas alguma de sua inerte existência  - nada, ao menos, que seja presenciado em horários comerciais ou legalmente permitido).
De toda parafernália material que se pode cobiçar do ser vivente ao lado, apenas uma realmente me interessa, e não pense que é por vaidade minha, mas diga você, se encontra uma fagulha sequer de cabimento nesta situação: Estava eu concentradíssima a fichar os textos que me garantiriam, com o melhor dos espíritos otimistas, uma favorável primeira nota em certa disciplina, quando precisamente ( Precisamente sim senhor!!!Pois que estava com relógio no pulso e fiz questão de registrar com exatidão o inicio da tortura psicológica deferida contra esta pobre alma que vos escreve.) às 13:27 da tarde, me toma de assalto aquela vinheta vagabunda: "Aviões do Arrocha: A pegada quente do verão".
Pronto!!!Tá feito o desmantelo, acabou-se minha tarde, minha paz, meu sossego, minha tolerância!!! Como se não bastasse, o CD devera ser de qualidade tão questionável (...e tenha por certo que o era.) que só cotinha uma única faixa, ou poderia ainda se cogitar a possibilidade (Pelos céus!!!!Não quero crer, não quero crer!!!) do nível de abstração de meu estimadíssimo vizinho ser tamanho, que não lhe permita aprender a "letra" daquele feito ( Que virá a ser tudo, menos música, ou melhor, que poder ser pouquíssima coisa.) complexo, composto de nada mais que uma estrofe contendo a frase: "Arrocha!!!Arrocha!!!", com apenas uma “tocada”?.
Minha tarde se arrastou a passos de tartaruga nesta ladainha penitenciosa até as 17: 54, quando, por obra e graça dos deuses pagãos, o tirinete de "barulhos e besterios" cessou!!!
Ah amigos!!!Tivesse eu com meu "sonzinho" imaginário seguramente materializado em minha sala, quarto, cozinha, não importa o cômodo, a vastidão do alcance seria sentidamente devastador, tinha ligado o dito cujo no soar mais alto das possibilidades, para ouvir, só a exemplificar, o Freddie Mercury (...eita que agora bateu a saudade de ouvir Queen!!!Providenciemos!!!), teria resolvido dois problemas de uma vez só:  evitaria meu stress e garantiria ao vizinho uma boa dose de "informação musical" sadia e por demais qualitativa!!! E não vá torcer a cara com perguntas do tipo: Freddie quem? Se assim o fizer, recolha-se!!! Você com certeza é o vizinho mala de alguém!!!

sábado, 13 de agosto de 2011

...abrindo as "oiças" (I)

Um pouco da vastidão de "sons" que me chegam as oiças e que com prazer com partilho aos amigos!!!






PS: O som dos pernambucanos da Banda de Pau e Corda, na canção Esperança, grupo vertente do Armorial, os caras tem uma trabalho incrível, sou suspeitíssima a falar, é claro!!!Mas veja isso e diga se dá para não gostar?!!!

Parafraseando-se!!!

Em tempos: Quando você visita o espaço de alguém, obviamente, que saber algo sobre a tal pessoa. Partindo de tal pressuposto, todo blog tem no seu perfil uma ferramenta, freqüentemente utilizada, destinada ao "quem sou eu", com um numero de caracteres risível à definição complexa do que se convenciona mencionar de eu/você, mais irrisório ainda, torna-se a autodefinição, posto que cada indivíduo transmuta-se cotidianamente filtrando uma porção de "experiências novas" e de "velhos espaços" freqüentados e remoldados às nossas atuais conveniências. O que temos então senhores, são sempre impressões de nós mesmos. Se, por curiosidade, interesse ou qualquer motivo outro impensável, você por aqui passar, deixo neste post um pouco dessas impressões de mim, contudo, vou logo esclarecendo, a coisa muda todo santo dia e em dias nem tão santos assim, nem eu mesma poderia lhe falar. No momento, é o que consta.



Sou uma daquelas pessoas chatas de conviver!!! Daquele povo que te faz mudar de calçada quando, por infelicidade do destino, você tem o desprazer de encontrar num acaso insatisfeito. A isto, certamente se devem um certo monte de  “elogios” que se me destinam, e quando o tema abordado então é de ordem sensorial, cultural, abstrata, melhor não entrar em detalhes: de antisocial à louca revoltada, de beata à herege, são sempre opiniões, que, de tamanha reticência,  já me soam comuns em meio a tantas outras “sutilezas” pronunciadas. (Da autoria dos comentários, o bom tom não permite aqui esmiuçar nada mais que, para mim, a irrelevância dos ditos, deixemos...deixemos). Contudo, há sempre aqueles que te enxergam em momentos antagonicamente múltiplos e que sabem, a despeito dos rótulos embaraçosamente recebidos, que podem contar com mãos calejadas e os singelos préstimos  sempre que necessário for. De  poucos amigos de convívio e "luta", faço questão de manter certos níveis, certas propensões. A despeito de todas as toneladas de lixo social que despejam praças da vida  a fora e que, lamentavelmente, alimentam, de uma inércia cega, nossos jovens (e, já nem sei se me enquadro em tal categoria, posto que certas "idades" soam mais pertinentes que alguns propósitos práticos, nisto, sem penumbra alguma de incerteza, adquiri algumas destrezas e, para certos sabores, sou já senhora formada.), me alimento do que "cato" nos becos, nas vielas e periferias, onde consigo compor gostos e sons peculiares, tenho apreço em selecionar experiências, nichos culturalmente próprios e que julgo apropriado a minha caminhada, é disto que me componho. Acredito, mais que tudo, na mão Deus agindo em nossas vidas, e faço contraponto a certas ritualísticas religiosas que dantes me formei, sou dos que crêem em religião libertadora, em palavra vinda dos céus, mas que vivida com os pés seguramente plantados no chão, que buscam O Deus no meio do povo, reitero, que buscam Deus. Não acredito, não aceito, não compactuo com os que alienam, com os que manipulam, com os que tiram do povo a pouca dignidade de latinos mestiços que somos. Uma Nordestina convicta da carga de responsabilidade e estigmas que carrega nos ombros, decorrente da mística de nascer neste tasco de chão tórrido. Guardo certos valores, certas marcas, certas presenças, algumas já "ausentes", que muito de mim/por mim fizeram, sou dos que recolhem, dos que conservam, dos que são/vivem um Sertão de Sentidos.


terça-feira, 2 de agosto de 2011

De traços e tato...


Todas as vezes que penso em tempo, testo um destino diferente. Me moldo criança ativa, vivaz, ser amorfo, que parte de um tudo, parte de nada.
Percalços, proezas, ócios e virtudes, de tudo me componho, reinvento, refaço caminhos e projeto probabilidades.
Faço perguntas ao bêbado na rua e peço um pouco de esperança compartilhada dos mendigos nas calçadas.
Calço meus pés de cores e visto meus ouvidos de sons ignóbeis, tenros, que entoam amanhã melhor. 
Ouso libernagens de ontem. Ouso o sempre.