terça-feira, 3 de abril de 2012

À dias nem tão santos assim!!!

Tecer qualquer sentimento sobre religião/espiritualidade/mística me soa caótico, idiossincrático, intimo de mim, coisa que se me pertence de forma, dantes tão pura, hoje clara, crua. Bati a poeira dos pés ao sair do Templo, com a maturescência de para lá não mais retornar. Não por orgulho, ego, ou longe disso, desnecessidade, pois quê, foi lá onde ganhei tantas mãos amigas que contribuíram para me construir enquanto gente, que aprendi a me ver através dos olhos de Jesus Cristo, foi no Catolicismo, apedrejado por todas sorte de urubus ignorantes, que entrei no meio do povo e lá experimentei Evangelho. Mas foi no mesmo lugar, onde presenciei toda sordidez de coisas se imiscuírem em um tudo mascarado de artifícios fúteis, que só não era Palavra de Deus.
Neste "Tempo Santo"( E não deverá ser todo ele?) ecoa uma recusa a ritualística das beatices imundas, das abstinências rotas, inocentes de qualquer senso de sanidade. Vou comer o que eu quiser e em porções cavalares, se julgar que prudente me afigura sê-lo...Eis que vou comungar sim, mas das abstinência dos que não se curvam ao comodismo modista que assola religiões e sociedades, vou deixar constar, em alto e bom tom, que não acredito em místicas alienadas ou em crenças que vendam os olhos do povo. O Evangelho que leio grita pela vida, pela fraternidade, pela luta cotidiana, pela dignidade dos povos e pela partilha igualitária da terra, do pão. O meu céu se faz presente no arregaçar das mangas, no pobre que vive às margens da existência e clama por justiça!!! 


Grande, grande e santo é só Deus
Grande, grande e santo é nosso Deus!

Pai grande, Deus - indio, divino Tupã
Dos filhos da mãe - terra
Dos povos da América!

Deus - filho, Deus - negro, Escravo - Redentor!
Deus - santo, Deus - bendito dos netos da mãe África!

Deus - índio, Deus - criança, Deus - mãe do belo amor
Da vida sois semente de toda a criação!

As honras de aleluia ao santo Deus fiel
Bendito mensageiro, divino Emanuel!
(Do poeta Católico Zé Vicente)

"Vomitando entre os cristais"

Toma-me de assalto esses dias aqueles surtos compulsórios de ouvir uma canção só, replay sem exaustão do genial Sérgio Sampaio, na canção Roda Morta, sentida depois na voz imponente do Baleiro não desmerece em coisa alguma a beleza crua e genuína da poesia.  
A legalidade e sempre pertinência da letra me remete as eleições que se aventam dias a frente, aos recentes arroubos de decência no trato com o dinheiro público, gasto de forma tão contrita nas nossas "casas de adminstração popular" (se o termo se insinua bordelesco, se acanhe não, que a coisa vai por aí mesmo!!!Aliás meus caros, cabarés tem mais dignidade e transparência em suas ações, são espaços assumidos de seus intentos!!!)
Ora pois, não sejamos radicalistas também, pelos menos nossos deputados estão economizando nosso dinheiro, quando adquirem produtos pirateados, não deixa de ser economia de recursos públicos, não é mesmo?!Lamurias e renitências a parte, vamos a canção...




Ps: Sérgio Sampaio somou o número imponente aos gênios calados pela ignorância do povo e pela sordidez de uns poucos!!!